Olimpia 24 Horas

MORRE UMA LENDA - Jornalista Gil Gomes, meu Velho Mestre, morre aos 78 anos em São Paulo

Postado em: 16/10/2018

Famoso na crônica policial, ele passou mal em casa na noite de segunda

Gil Gomes é Julião Pitbull nos estúdios da TUPI AM em São Paulo

O jornalista e radialista Gil Gomes morreu na madrugada desta terça-feira (16) em São Paulo, informou a assessoria do Hospital São Paulo. Famoso na crônica policial, ele tinha 78 anos e sofria havia mais de dez anos de Mal de Parkinson.

Na noite de segunda, o jornalista passou mal em sua casa, no bairro Jardim da Saúde, Zona Sul da capital. Ele foi socorrido por equipe do Samu e levado para o pronto-socorro do Hospital São Paulo. A morte foi confirmada nesta madrugada.

Ele deixa quatro filhos e nove netos. "É uma pessoa única para a comunicação. Sempre muito indignado com as injustiças sociais. Era muito considerado desde os delegados até as classes mais humildes", disse Vilma Gil Gomes, filha do jornalista. Segundo ela, a saúde do pai piorou nos últimos dias em decorrência do Parkinson.

Jornalistas lamentaram a morte de Gil. No Twitter, o presidente da República, Michel Temer (MDB), disse que "seu estilo único e carismático marcou para sempre o jornalismo brasileiro".

O enterro está previsto para quarta (17), no Cemitério Memorial Vertical de Guarulhos, na Grande São Paulo. O horário ainda não foi informado.


Voz marcante

Cândido Gil Gomes Jr. nasceu em São Paulo, em 1940. Dono de uma voz potente, começou a carreira jornalística aos 18 anos, em uma rádio, como locutor esportivo. Na época, não pensava em cobrir crimes. "Polícia sempre me cheirara a coisa de mundo cão", disse em entrevista à "Folha de S.Paulo" em 2008.

A entrada no "mundo cão" ocorreu em 1968, na Rádio Marconi. Lá, deixou a crônica esportiva para cobrir reportagens de temas variados. Se destacou ao cobrir, ao vivo, um caso de agressão sexual ocorrido no prédio onde trabalhava.

A partir daí, aprimorou a narrativa que o marcou na crônica policial brasileira.

Nos anos 90 integrou a equipe do popular “Aqui Agora”, do SBT. Manteve no vídeo a entonação de suspense que criou no rádio, acrescentando ao estilo um gesto circular que fazia com a mão e camisas com estampas coloridas. Depois do “Aqui Agora”, trabalhou em outras emissoras.

Gil Gomes ficou afastado da TV por mais de 10 anos devido a problemas de saúde relacionados ao Mal de Parkinson, doença diagnosticada em 2005. Em 2016, aos 76 anos, foi convidado a participar com comentários em um programa de TV patrocinado por uma rede de farmácias.


NOTA DO OLIMPIA24HORAS

MADRUGADAS NAS RUAS DE SÃO PAULO AO LADO DO MESTRE
Coração partido desde a manhã desta terça, declaro que dos grandes momentos que vivi nesta vida, sem dúvida, um deles foi trabalhar nas ruas de São Paulo ao lado do Mestre Gil Gomes, nas madrugadas frias, para construir meu TCC de Formatura do Curso de Jornalismo da UNIRP intitulado "REPORTAGEM POLICIAL - Da mídia impressas às ondas sonoras do Rádio", em parceria com meu colega Felipe Boso Brida.

Gentil, calmo e sempre muito humilde Gil me levou por becos e vilas sombrias que sozinho jamais talvez eu teria entrado. Mas com ele ao lado sentia segurança. É que Gil, além do maior repórter policial do Brasil, era também muito respeitado e amado, mesmo por pessoas que tinham seus entes queridos envolvidos em suas histórias policiais.

Gil não contava um caso policial, Gil construía uma mini-novela que prendia o ouvinte do começo ao fim. Era impossível ouvir um caso contado por ele só até a metade. Gil era assim. Ele prendia a gente e nos dava a impressão de que a gente estava ali na cena do crime onde o fato acontecia, de acordo com sua narrativa.

UM CORAÇÃO DO TAMANHO DO MUNDO
Gil Gomes não foi apenas o maior e melhor repórter policial do rádio de todos os tempos. Gil foi mais que isso. Com um coração imenso, narrava os casos de pessoas envolvidas com crimes e sem que eles soubessem mandava cestas básicas para as famílias deles.

CONFIANÇA DO POVO E MUITOS CRIMES ESCLARECIDOS POR ELE
Outro fato interessante na vida do Mestre Gil Gomes é que a população da periferia de São Paulo confiava mais nele do que em qualquer outra pessoa, tanto que ele ajudou a esclarecer muitos crimes através de denúncias de pessoas que só confiavam nele.

NINGUÉM É INSUBSTITUÍVEL. DISCORDO! GIL É UM DESSES
Dizem os grandes mestres que "ninguém é insubstituível". Discordo! Gil é um desses profissionais que jamais surgirá outro igual. Ou seja, Gil sim, é insubstituível! Não só perdeu o Brasil mas o rádio perdeu o seu maior ícone: Gil Gomes. Esse fez história e mudou a comunicação no Brasil.

Gil pode ter morrido sim, mas a Lenda Gil Gomes, essa nunca! Gil, que Deus o receba de braços abertos. 

Até um dia Velho Mestre!

(Julião Pitbull - Jornalista que teve a honra de atuar e ser amigo desse grande Mestre)

Leia Também

Entre em Contato

(17) 99769-5656 WhatsApp

[email protected]

Jornalista responsavel:
Julio Cesar Faria
Juliao Pitbull - MTB 53113

Cadastre-se e receba
Informativos
Olimpia24horas nas redes sociais