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MIGUELÓPOLIS - Cidade perdeu 3 prefeitos em 16 anos por suspeitas de corrupção

Postado em: 29/10/2016

Desde 2001, três dos quatro eleitos foram afastados e presos por fraudes. Moradores relatam descrédito na classe política em cidade no interior de SP.

Três dos quatro prefeitos eleitos em Miguelópolis (SP) nos últimos 16 anos foram presos depois de investigados por corrupção e improbidade administrativa. Os casos sucessivos aumentam o descrédito da classe política entre os moradores, que associam as fraudes a problemas em serviços básicos, como a saúde.

Miguelópolis viu três dos quatro prefeitos eleitos serem presos em 16 anos (Foto: Cláudio Oliveira/EPTV)

Com exceção do período entre 2008 e 2012, desde 2001, todos os políticos que passaram pelo Executivo na cidade de 20 mil habitantes, na região de Ribeirão Preto (SP), deixaram o cargo depois de constatadas práticas, como fraudes em licitações.

Atualmente, a administração municipal é comandada por Tárcio Rodrigues Barbosa, vice do prefeito Juliano Jorge Mendonça (PRB), um dos que foram presos. "É uma vergonha, a gente fica com vontade de não votar mais. Para falar a verdade, eu mesmo prefiro ir lá e justificar", diz a dona de casa Elizângela Souza.

Somente em 2016, dois foram presos: o ex-prefeito, Cristiano Barbosa Moura, de 54 anos, acusado por fraudes em licitações enquanto chefiou a Prefeitura entre 2004 e 2008, e então mandatário na atual gestão, Mendonça Jorge, alvo da Operação "Cartas em Branco" pelo mesmo crime em contratos que somam R$ 6 milhões.

O político a completar a lista é José Civis Barbosa Ferreira, que governou a cidade entre 2001 e 2003 e chegou a ser cassado e preso em 2011, em Manaus (AM), em um processo por desvio de dinheiro público e apropriação de renda.

Ele cumpriu um ano de prisão, teve seus processos extintos e hoje é médico, segundo o advogado Lucas Moises Garcia Ferreira, que o defendeu na Justiça.

A defesa de Moura informou discordar da prisão e que entrará com pedido de habeas corpus. O advogado de Mendonça Jorge aguarda dois pedidos de soltura e defende a inocência de seu cliente.

"É uma vergonha, a gente fica com vontade de não votar mais" Elizângela Souza, dona de casa.

Prefeitos presos
Dos três políticos que foram investigados, dois estão presos. A detenção mais recente é de Cristiano Barbosa Moura, de 54 anos. Eleito chefe do Executivo entre 2004 e 2008 pelo PSDB, ele foi preso em 23 de outubro e acusado pelo Ministério Público por fraude em licitações e por firmar contratos com empresas “de fachada” para desviar verbas públicas.

Ele foi condenado em janeiro deste ano pela 1ª Vara de Miguelópolis a a sete anos e oito meses de prisão em regime semiaberto e foi proibido de exercer cargo público por cinco anos. A defesa recorreu da decisão, mas em 20 de outubro a 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) manteve a sentença e determinou que o mandado de prisão contra o ex-prefeito fosse expedido, o que ocorreu no dia seguinte.

O advogado de defesa de Moura, Ítalo Rondina, disse discordar da prisão e confirmou que seu cliente ainda está preso na Cadeia de Batatais (SP), de onde deve ser transferido ainda esta semana para um centro de regime semiaberto. Ele também informou que vai ajuizar um pedido de habeas corpus para que o ex-prefeito seja solto.

Também continua preso Juliano Jorge Mendonça, que era prefeito de Miguelópolis desde 2013. O então chefe do Executivo local foi denunciado por peculato, organização criminosa e corrupção e preso com mais 12 suspeitos em 19 de abril, quando foi deflagrada a Operação “Cartas em Branco”.

Mais de R$ 6 milhões podem ter sido desviados pelo esquema de fraude em licitações da Prefeitura de Miguelópolis, segundo o MP. Irregularidades foram encontradas em 40 contratos assinados entre 2013 e 2015.

Em maio, Mendonça Jorge, detido na carceragem do 31º Distrito Policial, em São Paulo, teve um habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A defesa dele informou ter encaminhado mais dois pedidos de habeas corpus, defendeu a inocência do político e argumentou que solto ele não prejudicaria as investigações.
Fonte: G1 Ribeirão e Franca

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Jornalista responsavel:
Julio Cesar Faria
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