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MARCO LEGAL DO SANEAMENTO - Veto pode atrapalhar a universalização dos serviços até 2033

Postado em: 19/12/2020

Veto do Marco Legal do Saneamento pode
atrapalhar extensão do período de contratos
concedidos em Ribeirão Pires (SP). 
Somente 73,7% da população do município têm coleta e tratamento, enquanto os outros 26,3% não contam com o serviço

(Deputado Geninho Zuliani (DEM/SP) Sancionado em julho, o Novo Marco Legal do Saneamento (PL 4162/19, convertido na Lei 14.026/20), projeto que teve como relator o deputado federal Geninho Zuliani (DEM/SP), e que tem como principal objetivo universalizar serviços do setor até 2033, passará por uma nova votação para veto parcial da lei. O veto é a discordância do presidente da República com determinado projeto de lei aprovado pelas Casas Legislativas do Congresso Nacional.

O novo marco exige a licitação dos serviços de saneamento com estipulação de metas. Um dos pontos vetados permitia a prorrogação, por mais 30 anos, dos atuais contratos de programa, feitos pelos municípios com companhias estaduais de saneamento sem licitação, como uma espécie de contrato de adesão.

Nessa prorrogação, deveriam ser incluídas as metas de universalização do saneamento e dos serviços correlatos, como coleta urbana, destinação de resíduos, limpeza urbana, entre outros.

Segundo o relator do projeto na Câmara, deputado Geninho Zuliani (DEM SP), o avanço do sanitarismo deixou o Brasil como país na posição de subdesenvolvido e a falta de verba do Estado fez com que os municípios se tornassem reféns das companhias estaduais.

“Os estados estão falidos e os municípios não têm dinheiro para investimento, se o serviço público vai mal, como tem ido nos últimos anos, a culpa é do serviço público. Se o serviço privado vai mal, a culpa também é do serviço público, que não soube fazer um bom contrato, não soube fazer uma boa garantia, e a culpa é nossa. Nós precisamos dar uma oportunidade para o Brasil mudar o sistema caótico que se encontra”, disse Geninho.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), órgão do governo federal, quase 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e apenas 46% dos esgotos gerados no país são tratados. Além disso, quase 100 milhões de pessoas no Brasil empregam medidas alternativas no que diz respeito ao despejo de dejetos, como a utilização de fossas ou até mesmo jogá-los diretamente em rios.

O levantamento do Instituto Trata Brasil, organização da sociedade civil formada por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico, mostrou que no município de Ribeirão Pires, na Região Metropolitana de São Paulo - cidade onde o deputado Geninho Zuliani nasceu em 1976 - somente 73,7% têm coleta e tratamento, enquanto os outros 26,3% não contam com o serviço. A cidade também está rodeada de manancial, o que facilita o descarte incorreto.

Com o novo marco, a meta do governo federal é garantir que 99% dos brasileiros tenham acesso à água potável e 90% tenham acesso a coleta e tratamento de esgoto. A nova norma também prevê o fim dos lixões até o fim de 2024.

Um estudo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON) destacou que “o Brasil precisa avançar na qualidade da regulação, com regras que minimizem os riscos ao equilíbrio econômico-financeiro das operações de saneamento”.


Futuro promissor

Para o diretor executivo da associação, Percy Soares Neto, o setor de saneamento vive um momento novo desde a aprovação da lei, com um ambiente que deu ânimo ao mercado, traduzido sobre as últimas licitações que ocorreram.

“Esses leilões mostraram que há interesse no mercado, que há competição entre empresas públicas e privadas, há a possibilidade de parcerias com empresas públicas e privadas, existem novos entrantes nacionais e internacionais dispostos a investir no saneamento. Empresas que operavam em outros setores da infraestrutura que vem trazer a sua competência e a sua capacidade de investimento para o saneamento, então o momento é muito rico para o setor”, avaliou.

Já foram celebrados os leilões de concessões de saneamento em Alagoas, no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul. De acordo com o BNDES, que fez as modelagens dos leilões, a intenção é garantir a universalização do acesso à rede de esgotamento até o décimo ano de contrato.

A companhia de água e saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) já afirmou que vai participar de novos leilões no setor fora do estado, depois de ficar em setembro em segundo lugar no primeiro certame após a revisão do marco legal.

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Jornalista responsavel:
Julio Cesar Faria
Juliao Pitbull - MTB 53113

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